Dá tempo de salvar a humanidade?
Sempre que o assunto meio ambiente, sustentabilidade, regeneração vem à baila numa conversa, logo alguém diz que já não há como reverter o mal que fizemos ao planeta, que cientistas têm afirmado que não há mais tempo, que os danos são irreversíveis, que nós temos mais x anos de existência...
Não me sinto gabaritada para defender ou contestar. O que penso é que salvar a humanidade (ou não) é apenas um Item da lista de benefícios que nós, humanos, conquistamos ao cuidar da casa em que habitamos. Dizer que, por não termos mais tempo, devemos desistir de rever nossos hábitos equivale a pensar que, se uma pessoa tem uma doença terminal, não merece viver o tempo que lhe resta com dignidade.
Então, esqueçamos o futuro que, dizem, a Deus pertence, e nos concentremos em nossa vida presente. Que benefícios o cuidado com o meio ambiente pode nos trazer de imediato? Listei aqui alguns que me ocorreram.
A compostagem diminui a quantidade de lixo enviado aos aterros sanitários em quase 50%. Esse lixo vale quanto pesa, ou seja, a prefeitura paga por peso à concessionária que administra o aterro - no caso de Varginha, a Copasa.
Pagando menos, esse valor pode ser direcionado a outros benefícios para a população. Além disso, com menos volume por dia retarda-se a necessidade de construção de um novo aterro, que utilizaria áreas do município que poderiam ser destinadas a construções ou áreas verdes. E a compostagem gera um composto para adubação muito mais eficiente, ecológico e barato que os fertilizantes químicos, tornando nossa alimentação mais saudável e a produção mais econômica.
Na separação de recicláveis e encaminhamento correto de resíduos específicos como eletrônicos, remédios etc., também temos uma redução considerável no volume enviado ao aterro, usufruindo dos mesmos benefícios já citados. Além disso, possibilitamos que os catadores tenham sua renda e movimentem a economia. Aqui é importante lembrar que, numa uma questão de respeito a esses trabalhadores, devemos encaminhar os resíduos minimamente limpos, sem restos que possam gerar fungos e mal cheiro e venham a prejudicar a saúde e o bem estar de quem trabalha com eles.
Sobre o combate ao desmatamento, sabemos bem o que significa manter a vegetação para evitar o aquecimento extremo nas cidades, proteger as encostas da erosão e consequente deslizamentos, dentre muitas outras coisas.
O uso consciente da água mexe com nosso bolso, além de cuidar para que não fiquemos sem esse líquido precioso.
Por mais que acreditemos que o fim está próximo, esses “cuidados paliativos” vão nos ajudar a viver com dignidade até que ele chegue.
* Luciane Madrid Cesar
Artigo gentilmente cedido pela autora a título de colaboração com a Agenda 21 Local.
Engº Alencar de Souza Filgueiras
Presidente do Fórum Agenda 21 Local
Membro do Conselho Fiscal do IBAPE-MG
Contato: evolucao@uai.com.br
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