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Coluna Agenda 21 - 17/11/2023

  • gazetadevarginhasi
  • 17 de nov. de 2023
  • 2 min de leitura

O trabalho invisível


O trabalho invisível.Todos os anos o tema da redação do Enem, assunto importante e atual, vira conversa nas rodas físicas e digitais, o que é muito bom!

Este ano não foi diferente
“Os desafios para enfrentar a invisibilidade do trabalho de cuidado das mulheres no Brasil”. Talvez você tenha pensado: Invisibilidade? Quando eu era adolescente, lembro-me de ouvir as tias da família dizerem que o serviço doméstico só aparecia quando não era feito.

Foi ali que comecei a refletir sobre isso. Presta-se atenção se a casa está suja, a pia cheia de louças ou a geladeira vazia. Mas quando tudo está em ordem, as pessoas que chegam em casa no fim do dia raramente se perguntam quanto tempo foi gasto para que ficasse assim. Eu tive uma família atípica, que já nos anos 1970 e 80 apresentava uma inversão nos papéis tradicionais.

Era minha mãe quem sustentava financeiramente a casa enquanto meu pai fazia os serviços domésticos e cuidava de mim. Ainda assim, a responsabilidade do cuidado não era, de todo, transferida. Minha mãe precisava deixar o menu decidido, as roupas para serem lavadas e a lista de compras feita (quando não era ela mesma quem ia ao mercado). Nos fins de semana ela arrumava armários e consertava roupas, inclusive de meu pai, que faltassem um botão ou bainha.
E esse arranjo ainda rendia ao casal muitos problemas emocionais e de relacionamento, já que se sentiam desajustados perante os moldes da sociedade.Todos conhecemos famílias que têm nas filhas, as cuidadoras dos pais na velhice. E ocasionalmente, nas noras.

Quando as noras se recusam a assumir esse papel, são julgadas de insensíveis. As noras - e não seus maridos. Se forem as filhas a se rebelarem, então...Mãe, dona de casa, cuidadora de idosos, enfermeira, psicóloga, educadora... São tantas as funções que a sociedade espera que nós, mulheres, exerçamos... Sem remuneração, sem carga horária definida (ou definida em 24 horas diárias), sem férias...

E com cabelo arrumado e unhas feitas, porque senão o marido/namorado procura outra. E porque fomos criadas assim, sentimos culpa quando não somos essa supermulher.

E em que lugar dessa equação ficam nossos projetos pessoais? Uma amiga, que cuida sozinha da mãe mesmo morando em cidade vizinha e tendo os irmãos morando mais perto dela, me confidenciou que a própria mãe os criou assim: fazia-a acordar cedinho no domingo para preparar o café para o pai e os irmãos que acordavam mais tarde...Esta crônica é dedicada aos pais e mães de meninos, e de meninas, para que reflitam sobre um futuro melhor para todos nós.Em tempo: Sei que já temos muitos homens conscientes e dispostos a realmente dividir conosco esse peso. A eles pedimos que vistam essa camisa e divulguem essa ideia entre os amigos.

* Luciane Madrid Cesar
Artigo gentilmente cedido pela autora a título de colaboração com a Agenda 21 Local.



Engº Civil Alencar de Souza Filgueiras
Presidente do Fórum da Agenda 21 Local
Presidente do Conselho Fiscal do IBAPE/MG
Contato: evolucao@uai.com.br

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