Coluna Agenda 21 - 02/11/2023
- gazetadevarginhasi
- 2 de nov. de 2023
- 2 min de leitura

Filtro de Barro
Com certeza você conhece. Há algumas décadas ele fazia parte dos itens a compor uma cozinha ou copa. Era presente de casamento, geralmente de um parente mais próximo. Aqui em Minas é conhecido, também, por talha. Com o passar do tempo foram surgindo os galões de água mineral, os filtros de carvão ativado conectados diretamente às torneiras, os bebedouros elétricos com água gelada.
E o filtro de barro foi sendo excluído, marginalizado. Gente moderna não tinha mais isso em casa. Foi acusado de ineficiente e alguns até o classificaram como vilão. Criou-se a falsa ideia de que as águas, compradas ou colhidas em equipamentos sofisticados, eram mais esterilizadas e mais saudáveis.
Sim, você leu certo. Eu disse falsas Ideias. Veja o porquê:
De acordo com pesquisas realizadas por cientistas estadunidenses e publicadas no livro “The Drinking Water Book”, de Colin Ingram, nossos filtros de barro têm, provavelmente, o melhor sistema de purificação de água do mundo. A pressão com que a água passa nele, pelo efeito da gravidade, de uma parte para outra, por ser fraca, “segura” os resíduos indesejados com mais eficiência, eliminando até 99% dos resíduos e parasitas da água.
O processo lento é o que o diferencia dos filtros de forte pressão, que recebem água da torneira ou da tubulação, os quais são prejudicados exatamente pela força da água, que pode fazer com que micro-organismos, sedimentos ou mesmo elementos químicos, como ferro e chumbo, cheguem ao nosso copo.
Além disso, a cerâmica do filtro de barro é porosa e permeável, garantindo um resfriamento natural da água em até 5 °C. Garantia de água sempre fresquinha.
É importante cuidar de sua higienização, que é muito simples. A vela deve ser lavada apenas com água e uma esponja ou escova a cada três meses e trocada a cada seis. Não é necessário (e nem aconselhável) usar nenhum produto químico.
E um filtro de barro não gasta energia, o que é bom para o bolso e para o planeta.
Além disso tudo, é tecnologia brasileira. Produto nacional, econômico e eficiente.
Às vezes a evolução está no passado, não no futuro.
* Luciane Madrid Cesar
Artigo gentilmente cedido pela autora a título de colaboração com a Agenda 21 Local.

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