PARIS VERDE
E começaram as Olimpíadas de Paris! A capital francesa já recebeu o maior evento do esporte mundial outras duas vezes: pela primeira vez, em 1900 e depois, em 1924.
Os números que envolvem essa edição são impressionantes. São 10.500 atletas, 206 países participantes, 20 mil jornalistas credenciados, 45 mil voluntários, 8,6 milhões de ingressos vendidos, 15,3 milhões de visitantes em Paris, 329 eventos, 32 esportes. 600 mil refeições servidas na Vila Olímpica. Um desafio para o comitê organizador, que prometeu fazer desta a Olimpíada mais sustentável de todas, reduzindo pela metade a pegada de carbono do evento em comparação às edições anteriores.
Para um evento ser plenamente sustentável, precisa englobar três pilares essenciais: econômico, social e ambiental. Isso quer dizer, por exemplo, energia limpa e acessível, igualdade de gênero, trabalho decente, crescimento econômico e vida na água. Todos eles previstos nos Jogos de Paris.
Algumas medidas sustentáveis adotadas:
· a limpeza do Rio Sena, onde aconteceu a cerimônia de abertura e algumas provas aquáticas;
· uso de energia eólica e/ou solar na maior parte dos locais de competição;
· redução do uso de plástico, com a adoção de garrafas reutilizáveis e maior número de bebedouros espalhados pela cidade.
· Para tornar a mobilidade mais “verde”, Paris aboliu os estacionamentos públicos, transformando-os em áreas verdes, construiu novas ciclovias e linhas de metrôs;
· Edifícios foram reformados com técnicas mais sustentáveis. A Vila Olímpica, que abriga atletas e dirigentes durante os jogos, foi construída utilizando uma combinação de estruturas permanentes e temporárias, enfatizando a eficiência energética e fontes de energia renováveis. As camas são de papelão e os colchões feitos com redes de pesca recicladas.
· A alimentação dos atletas é, em sua maioria, feita com produtos adquiridos de pequenos fazendeiros da região e privilegia alimentos não industrializados e o pouco uso de carnes;
· A equidade de gênero foi rigorosamente observada, com 50% de atletas femininas;
Toda essa divulgação sobre ser uma Olimpíada sustentável em praticamente todas as ações, faz com que o assunto seja discutido e se passe a cogitar a ideia para outros eventos de todos os portes, o que é bastante promissor.
Mas para Jules Boykoff (professor de política na Universidade Pacific e autor do livro “Jogos de Poder: uma história política das Olimpíadas”), em reportagem na Scientific American, isso não basta. Para ele, não há solução eficiente para eventos dessa magnitude. “Se os organizadores olímpicos realmente querem ser sustentáveis, os Jogos precisam reduzir seu tamanho, limitar o número de turistas que viajam de longe, tornar completamente verde suas amplas cadeias de suprimentos e assumir uma responsabilidade genuína.”
* Luciane Madrid CesarArtigo gentilmente cedido pela autora a título de colaboração com a Agenda 21 Local.
Engº Alencar de Souza Filgueiras
Presidente do Fórum Agenda 21 Local
Presidente do Conselho Fiscal do IBAPE-MG
Contato:evolucao@uai.com.br
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