Carrefour anuncia fim da venda de carne do Mercosul; ministro brasileiro reage
O CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, declarou na última quarta-feira (20) que a rede varejista deixará de comercializar carnes provenientes do Mercosul – bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O anúncio foi feito por meio de uma carta direcionada à Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas da França (FNSEA), em resposta aos protestos dos agricultores franceses contra o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
Segundo Bompard, a medida reflete o descontentamento dos agricultores franceses, que argumentam que o acordo poderia inundar o mercado local com carne que não atenderia aos padrões de produção exigidos na França. Ele ainda destacou que espera que a decisão do Carrefour influencie outras empresas do setor agroalimentar.
Reação brasileira: “Parece ação orquestrada”
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, criticou duramente a decisão do Carrefour, classificando-a como uma "ação orquestrada" contra o Brasil. Em entrevista, Fávaro disse estar indignado com o que chamou de tentativa de deslegitimar a produção sustentável brasileira.
Fávaro também citou a recente declaração do diretor financeiro da Danone, Jurgen Esser, sobre a interrupção da compra de soja brasileira em razão das leis antidesmatamento da União Europeia, sugerindo que não se trata de coincidência.
Para o ministro, a decisão do Carrefour seria um pretexto para justificar a resistência da França em assinar o acordo entre Mercosul e União Europeia. Ele reiterou que a produção agrícola brasileira atende a padrões sustentáveis e é exemplo para o mundo.
“Não havia necessidade de criar pretextos. Era mais legítimo manter a posição contrária ao acordo sem ferir a soberania e a reputação da produção brasileira”, afirmou.
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