Brasil pode sair do ranking das 10 maiores economias em 2024, diz economista
Brasil deve sair do ranking das 10 maiores economias em 2024, aponta estudo
Estimativas do economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, indicam que o Brasil poderá deixar o ranking das 10 maiores economias globais em 2024 devido à desvalorização do real em relação ao dólar. O país, que começou o ano na 8ª posição, caiu para o 10º lugar e pode ser ultrapassado pela Rússia, cuja diferença no Produto Interno Bruto (PIB) nominal é de apenas US$ 4 bilhões.
Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB brasileiro deve alcançar US$ 2,188 trilhões em 2024, enquanto a Rússia pode chegar a US$ 2,184 trilhões. Se a taxa de câmbio atingir R$ 6,00 por dólar em 2025, o Brasil corre o risco de cair para a 12ª ou até 13ª posição, atrás de países como Coreia do Sul.
Crescimento insuficiente diante da desvalorização
Apesar do crescimento positivo do PIB brasileiro – 1,4% no 2º trimestre e 0,9% no 3º trimestre de 2024 –, o impacto da desvalorização cambial compromete a posição do país no ranking. O FMI projeta uma taxa de crescimento real de 3,04% para 2024 e um crescimento nominal de 6,98%, com um deflator implícito de 3,81%.
Agostini aponta que a desvalorização do real reflete disfunções macroeconômicas como inflação elevada, juros altos e problemas fiscais. Ele alerta que, embora a saída do grupo das 10 maiores economias não tenha impacto direto, investidores globais monitoram o PIB em dólar para decisões de aporte.
Contexto global
Atualmente, os Estados Unidos lideram como a maior economia do mundo (US$ 29,17 trilhões), seguidos por China (US$ 18,17 trilhões) e Alemanha (US$ 4,71 trilhões). A média do câmbio brasileiro em 2024 foi de R$ 5,33 até 3 de dezembro, mas o dólar comercial já ultrapassou os R$ 6,00.
Para 2025, a implementação de políticas fiscais eficazes será crucial para estabilizar o câmbio e evitar um rebaixamento ainda maior. Caso contrário, o PIB em dólar pode encolher em US$ 250 bilhões, aumentando a distância do Brasil para as principais economias globais.
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