BNDES financia R$ 200 milhões para carro voador da Eve
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, nesta segunda-feira (2), a aprovação de um financiamento de R$ 200 milhões para a Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer, desenvolver o protótipo e realizar testes do eVTOL (veículo elétrico de decolagem e aterrissagem vertical). Considerado um "carro voador", o eVTOL é 100% elétrico e alinhado à transição energética para uma economia de baixo carbono.
A Eve planeja iniciar os testes do protótipo em 2025, com a certificação da aeronave prevista para 2027. O financiamento, com prazo de 16 anos e juros anuais de 7,53%, é parte do Fundo Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Esse fundo apoia projetos que reduzam emissões de gases de efeito estufa e promovam a adaptação às mudanças climáticas.
Tecnologia verde e inovação
Por não utilizar combustíveis fósseis como gasolina ou querosene, o eVTOL é considerado uma solução verde, contribuindo para a redução de emissões de dióxido de carbono (CO₂), responsável pelo aquecimento global. Segundo Johann Bordais, presidente da Eve, o apoio do BNDES é essencial para avançar o programa e levar o veículo da etapa de desenvolvimento à produção comercial.
Além disso, o projeto já conta com R$ 500 milhões aprovados anteriormente pelo BNDES para a construção de uma fábrica em Taubaté (SP), que gerou empregos na região do Vale do Paraíba. A Eve também recebeu um investimento de US$ 50 milhões (aproximadamente R$ 300 milhões) do Citibank, reforçando o potencial inovador da iniciativa.
Certificação e segurança
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) publicou, em novembro, os critérios finais de aeronavegabilidade para o eVTOL, estabelecendo padrões rigorosos de segurança relacionados à estrutura, sistemas de controle, propulsão e bateria da aeronave. Esses critérios são fundamentais para garantir a viabilidade e a segurança do veículo no mercado comercial.
Transição energética e impacto econômico
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou a relevância do projeto não apenas como inovação tecnológica, mas também como contribuição à transição energética e fortalecimento da indústria nacional no cenário global. José Luís Gordon, diretor do BNDES, reforçou que o desenvolvimento do eVTOL está alinhado aos objetivos do Fundo Clima, focando na descarbonização e na melhoria da qualidade de vida.
Com investimentos robustos e apoio estratégico, o eVTOL da Eve pode posicionar o Brasil como referência em mobilidade aérea sustentável e tecnologia disruptiva.
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