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Assessor de Flávio Dino pede desculpas por receber mulher de líder do CV


Reprodução


O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, pediu desculpas publicamente por ter marcado a reunião em que esteve presente Luciane Barbosa, mulher do narcotraficante Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, líder do Comando Vermelho (CV) no Amazonas.
“Quero lamentar esse episódio. Se teve algum erro, esse erro foi da minha parte de não ter feito uma verificação mais profunda das pessoas que vou receber, procedimento que provavelmente a gente deve adotar daqui em diante”, disse Elias, em entrevista coletiva na segunda-feira (13).
As reuniões de Luciane Barbosa com assessores do ministro Flávio Dino foram reveladas em reportagem publicada nesta segunda-feira (13) pelo jornal Estado de S. Paulo. Conhecida como “dama do tráfico amazonense”, Luciane é casada há 11 anos com Tio Patinhas.
Ela e o marido foram condenados em segunda instância por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa. Tio Patinhas cumpre 31 anos no presídio de Tefé (AM). Já Luciane foi sentenciada a 10 anos, mas recorre em liberdade.
Conforme levantamento do Estadão, em maio, Luciane entrou no Ministério da Justiça como presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA). No papel, uma ONG de defesa dos direitos dos presos e que, segundo a Polícia Civil do Amazonas, atua em prol dos detentos ligados à facção. Criada no ano passado, a organização também seria financiada com dinheiro do tráfico.
Em 16 de março, Luciane esteve com Elias Vaz. Já em 2 de maio, ela se encontrou com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). Velasco assumiu o cargo a convite de Flávio Dino. Antes, trabalhou com ele no governo do Maranhão.

Vaz diz ter atendido pedido de ex-deputada estadual
Vaz justificou que recebeu pedido de audiência por parte de Janira Rocha, ex-deputada estadual no Rio de Janeiro e vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim).
“Na reunião, realizada no dia 16 de março, a Sra. Janira Rocha veio acompanhada das senhoras Ana Lúcia, mãe do jovem Lucas Vinícius, morto em 2022. E também de Luana Lima, mãe de Lara Maria Nascimento, morta em 2022; e de Luciane Farias, do Estado do Amazonas”, relatou.
De acordo com o secretário, Ana Lúcia e Luana pediram, na reunião, celeridade nas investigações sobre a morte de seus filhos. Ele contou ter recebido documentos, mas nenhum tratando de casos ocorridos no Estado do Amazonas.
“Quanto à Sra. Luciane, ela estava como acompanhante da advogada Janira Rocha, e se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário. Por esta razão, foi sugerido à advogada Janira Rocha que procurassem a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen)”, escreveu.

Flávio Dino joga toda a responsabilidade para o assessor
Diante da repercussão do caso, o ministro da Justiça, Flávio Dino, se manifestou por meio das redes sociais. Ele direcionou a explicação sobre “a audiência, em outro local, sem o meu conhecimento ou presença”, a outra publicação no perfil de Elias Vaz. “Lendo lá, verificarão que não é o que estão dizendo por conta de vil politicagem”, acrescentou.
Dino rebateu as especulações de que teria se reunido com um líder do CV, o que foi difundido por políticos de oposição por meio das redes sociais. “Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho. De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que NÃO SE REALIZOU em meu gabinete”, escreveu em sua conta no X, antigo Twitter.
Fonte: O Tempo

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