Alerta crítico: Amazônia registra cinco meses seguidos de desmatamento crescente
O desmatamento na Amazônia segue em trajetória crescente pelo quinto mês consecutivo. Segundo um levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 419 km² de floresta foram destruídos em outubro de 2024, um aumento de 44% em relação ao mesmo mês de 2023. Esse é o sétimo maior índice de desmatamento registrado para o mês desde 2008.
Os estados de Mato Grosso, Pará e Acre lideraram as perdas, concentrando 78% de toda a área devastada, o que representa 330 km². O Pará e o Acre também figuram com unidades de conservação altamente afetadas, com perdas somadas que equivalem a quase dois mil campos de futebol. O Amazonas aparece como a única exceção entre os dez municípios mais impactados.
Além do desmatamento, o Imazon apontou um aumento significativo na degradação florestal, com 6.623 km² afetados em outubro – uma área quatro vezes maior que a cidade de São Paulo. Diferentemente do desmatamento, a degradação ocorre quando há perda parcial da cobertura vegetal, geralmente provocada por queimadas ou extração de madeira. O Pará foi novamente o estado mais impactado, seguido por Mato Grosso e Amazonas.
Nos primeiros dez meses de 2024, o bioma já sofreu a degradação de 32.869 km² – 21 vezes a área da cidade de São Paulo e dez mil campos de futebol por dia. Esse número é quase três vezes maior do que o recorde anterior, registrado em 2017. Pesquisadores atribuem o aumento à seca severa na região, conhecida como “verão amazônico”, que intensifica queimadas e pressões ilegais.
Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon, alertou que a degradação florestal tem efeitos tão prejudiciais quanto o desmatamento, contribuindo para emissões de gases de efeito estufa e agravando as mudanças climáticas. “Precisamos de ações mais eficazes para combater esse dano ambiental. Caso contrário, será impossível cumprir as metas climáticas do Brasil”, afirmou.
A situação levanta preocupações globais, dado o papel essencial da Amazônia na regulação climática e biodiversidade. Enquanto governos e organizações internacionais, como a Noruega, reforçam apoio ao Fundo Amazônia, especialistas destacam a necessidade de medidas urgentes para proteger o bioma e seus habitantes, que são diretamente afetados pelas atividades ilegais e pela degradação ambiental.
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