Você sabe o que é isso? É um índice de medição que foi criado em 1979 pelo Butão – país Budista, essencialmente agrícola e pobre que fica na Ásia, entre o Nepal, a China e a Índia. O sistema foi uma resposta aos contínuos anos em que o PIB do pais ficou nos últimos lugares do ranking mundial. A iniciativa tinha, implícita, uma reflexão: embora não sejamos ricos, somos felizes? Afinal, o que todo ser humano deseja é ser feliz...
A ONU interessou-se pelo assunto e apoiou a contratação de 28 cientistas para desenvolverem a metodologia que resultaria no FIB - Felicidade Interna Bruta, como política de gestão no pais.
Assim, foram definidas categorias de avaliação da felicidade dos habitantes. Algumas são comuns a outros índices, como saúde, educação, moradia, performance governamental e meio ambiente. Outras, embora também presentes nas avaliações de crescimento dos países, são abordadas por um ângulo pouco explorado. É o caso da cultura, por exemplo, que aqui mede o quanto o indivíduo prioriza a língua nativa em sua comunicação e o quanto tem oportunidade de desenvolver suas habilidades artísticas. Em bem-estar psicológico não se mede a inexistência de doenças neurológicas, e sim qual a satisfação do sujeito com a vida, a frequência com que tem emoções positivas e sua conexão com a espiritualidade.
E a há ainda uma categoria, no mínimo, inusitada: Tempo. Este item mede se há equilíbrio na distribuição do tempo usado para trabalho, lazer e descanso.
O FIB foi colocado na agenda da ONU em 2012, com a resolução 65/309 que, um seu texto, reconhece: “... O PIB não reflete adequadamente a felicidade e o bem-estar das pessoas”. Desde então, a cada 5 anos é aplicada a pesquisa no país asiático para medir as condições de felicidade Butanesas.
A professora Carla Furtado, referência no estudo do sistema FIB, explica que o índice não se opõe ao PIB, mas à visão simplista que só considera o valor econômico na qualidade de vida. Segundo ela “ ... (o FIB) defende que o desenvolvimento sustentável deve adotar uma abordagem holística em relação às noções de progresso e dar igual importância aos aspectos não econômicos, como bem estar da população e a preservação do meio ambiente “ (Furtado, C.A.2019).
Vale muita reflexão sobre o assunto, não é mesmo?
* Luciane Madrid Cesar
Artigo gentilmente cedido pela autora a título de colaboração com a Agenda 21 Local.
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