Hoje ouvi uma frase interessante: “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. Quem disse isso foi Peter Drucker, professor, consultor e escritor austríaco, considerado o pai da administração moderna. Fiquei pensando o quanto nós nos damos conta de que temos esse poder de criar nosso futuro, tanto em termos pessoais como em relação ao futuro da humanidade.
Falando nestes termos – futuro da humanidade - parece uma coisa imensa, difícil, muito distante da realidade dos pobres mortais que somos. Mas o que me vem à cabeça são as pequenas coisas, grandiosas e simples ao mesmo tempo.
Coisas do tipo ensinar o filho pequeno a guardar o papel de bala no bolsinho para jogá-lo depois em lugar apropriado. Ou mostrar à sobrinha as opções de profissões que existem - todas elas - e não só as consideradas profissões que mulher pode ter. Ou ainda, tirar um tempo para orientar o estagiário que trabalha conosco, ensinando ética e respeito tanto dentro, como fora de uma empresa.
Também: ir ao supermercado com sacola retornável e dar preferência aos legumes escolhidos na banca ao invés de pegar os embalados em isopor e filme plástico; devolver o troco que veio a mais (nem que seja cinco centavos); dar bom dia aos prestadores de serviço em seu caminho, do porteiro a motorista, do varredor de rua à faxineira da vizinha; recuperar o valor das palavras mágicas que aprendemos na infância - por favor, obrigada(o), com licença e desculpe.
Nesse “criar o futuro” estão, ainda, as importantes desconstruções internas. É preciso estar atento às indelicadezas que nunca havíamos percebido, como piadas e comentários que já foram considerados “espirituosos”, mas que embutem depreciação e preconceito para com outros seres humanos. É urgente revisar palavras que sempre usamos e comentários que sempre fizemos. Não haverá um futuro melhor se não nos esforçarmos para priorizar gentileza e cooperação entre os habitantes do planeta.
Importante neste processo é a informação. Saber como cuidar do planeta, como vivem outras pessoas, qual a melhor maneira de cooperar... Deixar de presumir que o que sempre se fez é o correto. Entender que aprendemos muita coisa que já não faz mais sentido hoje e manter a mente aberta para novos conceitos.
Enfim, precisamos prestar mais atenção ao nosso viver. Assumir a direção e tirar a vida do piloto automático. Só então teremos o futuro que desejamos.
* Luciane Madrid Cesar
Artigo gentilmente cedido pela autora a título de colaboração com a Agenda 21 Local.
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